O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), está preparando as últimas ações para concluir a implantação da primeira Unidade Demonstrativa de Gestão de Solo e Água do Estado, que será localizada na Estação Experimental Santa Vitória, em Araçu, município a 65 quilômetros da capital. O local funcionará como modelo para que produtores rurais goianos possam aplicar em suas propriedades as técnicas de preservação utilizadas na unidade.
O projeto envolve a área da microbacia do Córrego Taquaral, com aproximadamente 60 hectares. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Vitor Guerra, já foram realizados o mapeamento da região e o levantamento de terraços. “Fizemos a marcação em áreas muito declivosas para construirmos estruturas que formam uma espécie de parede na terra. Assim, quando chove, a água não lava o terreno, infiltrando no solo e evitando erosão”, explica. O próximo passo é executar o cercamento da nascente e o plantio de seis mil mudas de árvores nativas do Cerrado, cedidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Com a implantação dessas técnicas, a iniciativa pretende demonstrar aos produtores rurais como o uso adequado da terra, em consonância com a aptidão da mesma, pode auxiliar na sua conservação e impactar positivamente na produtividade das atividades agropecuárias. Além de servir como um modelo de recuperação ambiental, a Unidade Demonstrativa visa apresentar metodologias para o melhor aproveitamento da área agrícola, considerando particularidades como as propriedades do solo, a adequação às exigências ambientais, a declividade do terreno e as características das chuvas na região.
Para o engenheiro florestal da Emater, Leo Lince, preservação ambiental e produtividade estão diretamente relacionadas. “Quando se trabalha em uma propriedade na qual o solo está conservado e que respeita a sua área de preservação permanente, é interessante porque o solo fica mais fácil de ser manejado, já que está sendo disponibilizada água e os nutrientes não estão se perdendo por meio de erosão superficial, mantendo o solo úmido e arejado para que as plantas tenham qualidade produtiva”, esclarece.
A escolha da área foi orientada por critérios técnicos e de acessibilidade. Como está situada em uma Estação Experimental da Emater, a multiplicação das tecnologias implementadas entre os agricultores do Estado torna-se mais abrangente. De acordo com o zootecnista e gerente de Infraestrutura Rural da Seapa, Alexandre Câmara Bernardes, antes da iniciativa, o local apresentava algum nível de degradação e nascente desprotegida. “A vegetação remanescente vai passar por um upgrade com as técnicas de manejo de conservação, além de adequarmos aos códigos da legislação ambiental”, afirma.
Após finalizada, a unidade funcionará como um centro contínuo de divulgação dos resultados alcançados. O produtor poderá conhecer novos sistemas sustentáveis para o meio rural e optar por algumas técnicas conforme a realidade de sua propriedade. A expectativa é que sejam promovidas a partir do próximo ano ações como dias de campo e visitas técnicas para propagação das práticas adotadas.
Integram o comitê de implantação do projeto representantes da Emater, Seapa, Semad e Universidade Federal de Goiás (UFG), com apoio da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo), Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
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