Técnicos da Emater participam de capacitação sobre manejo de eucalipto em pastagens

Objetivo é treinar profissionais da Agência para que possam replicar tecnologias inseridas na agricultura de baixa emissão de carbono, como o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Extensionistas de oito regionais da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) participaram nesta quinta-feira (26) de uma capacitação em plantio e condução inicial de eucalipto em pastagens, na Fazenda Macaúbas, no município de Inaciolândia. O seminário foi coordenado pelo pesquisador Abílio Pacheco, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo engenheiro agrônomo Emerson Trogello, professor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) – Campus Morrinhos.

A turma, formada por 18 técnicos da Emater, foi orientada sobre práticas recomendáveis no plantio e manejo de árvores, principalmente o eucalipto. O objetivo da ação é atualizar os extensionistas e agentes multiplicadores que atuam no meio rural pelo Governo de Goiás quanto às tecnologias aplicadas em campo e necessárias ao desenvolvimento produtivo sustentável das propriedades.

A utilização de eucaliptos em áreas de pastagens é uma das alternativas propostas pelo sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que consiste em uma estratégia que incorpora diferentes sistemas produtivos – agrícolas, pecuários e florestais – dentro de uma mesma área, coexistindo de modo que haja benefício mútuo para todas as atividades. Os componentes arbóreos podem ser diversos, no entanto, o eucalipto se destaca por apresentar rápido crescimento e ser bem adaptado às condições de clima e solo do Brasil.

Em Goiás, segundo o Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 70 mil estabelecimentos produtores de leite. Com tantos pecuaristas dedicados à bovinocultura leiteira, é cada vez mais crescente o interesse em adotar o sistema de ILPF. “Existem dois benefícios principais, o conforto térmico para os animais e a diversificação da produção, já que em uma mesma área é possível produzir leite, carne e, no caso do eucalipto, madeira”, explica o engenheiro agrônomo e coordenador regional da Emater, Sérgio Martins.

Além da abordagem teórica, a capacitação promoveu demonstrações práticas, colocando os profissionais da Agência Goiana diretamente em contato com o sistema agroflorestal, em uma propriedade que já implantou a tecnologia. Foram abordadas etapas de abertura de covas, distanciamento, controle de formigas e plantas daninhas, condução inicial e podas.

De acordo com o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater, Antelmo Teixeira, a instituição desenvolve desde 2015 um trabalho de expansão da metodologia de ILPF na Regional Administrativa da Emater Rio Paranaíba, centralizada na cidade de Quirinópolis. Atualmente, cerca de 80 produtores de pequeno porte já aderiram à técnica.

“Essa capacitação serve para que nossos técnicos possam replicar e multiplicar o trabalho que realizamos dentro da agricultura de baixo carbono”,  esclarece o diretor. “Estamos oferecendo uma tecnologia para o produtor que, além de ele ganhar com sua própria atividade, leiteira ou pecuária de corte, é uma forma de poupança por meio da produção da floresta. Em médio prazo, o produtor poderá ter uma renda extra a partir do sétimo ano de implantação, no caso do eucalipto”.

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