O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), está atento ao problema da nuvem de gafanhotos que está na Argentina e Sul do Paraguai e que, dependendo das condições climáticas, pode se deslocar para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, chegando ao Paraná e atingindo até a região Central do Brasil, em especial os Estados do Mato Grosso do Sul e Goiás. José Essado, presidente da Agência, afirma que embora haja pequena possibilidade de chegada dos insetos a Goiás, é importante avaliar a situação e estar preparado para qualquer emergência, seguindo orientação técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
No fim da semana passada, profissionais agrônomos da Agrodefesa participaram de reunião virtual organizada pelo Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul e pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), com presença também de técnicos do Mapa, para avaliar a situação, nivelar informações e conhecer as medidas de controle caso a praga chegue ao Brasil. Da Agrodefesa participaram o diretor de Defesa Agropecuária, Sérgio Paulo Coelho; a gerente de Sanidade Vegetal, Daniela Rézio e Silva; a coordenadora do Programa de Certificação Fitossanitária, Fernando Faganello; o gerente de Fiscalização Vegetal, Márcio de Oliveira e Silva; o coordenador de Agrotóxicos, Rodrigo Baiochhi Lousa e o engenheiro agrônomo José de Sousa Reis Filho.
Situação
Por enquanto, o risco de os gafanhotos chegarem ao Centro-Oeste é mínima, porque seu deslocamento foi reduzido nos últimos dias por conta do clima frio e chuvoso na Argentina e no Sul do Brasil, explica o diretor da Agrodefesa Sérgio Paulo Coelho. “O que não podemos é esperar que o problema chegue e estejamos desprevenidos”, afirma. Em temperaturas mais elevadas, a nuvem de gafanhotos, estimada em 40 milhões de unidades, pode percorrer até 150 quilômetros por dia e devastar imensas áreas com diversos tipos de cultivo. Os insetos são da espécie Schistocerca cancellata, nativa da América do Sul, cujos primeiros registros datam de 1891.
O problema é acompanhado em tempo real por técnicos do Mapa, em conjunto com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), pelo Serviço Nacional de Agropecuária da Bolívia (Senasag) e pelo Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal do Paraguai (Senave) e serviços estaduais de Defesa Agropecuária. Tanto que no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o Mapa declarou, por meio da Portaria nº 201, de 24 de junho de 2020, emergência fitossanitária devido ao risco real de surto de gafanhotos nas áreas produtoras. Além disso, o Ministério avalia a possibilidade de registro emergencial em caráter temporário de produtos comerciais (inseticidas) para uso em pulverizações aéreas, com capacidade de controlar os gafanhotos, já que não existe produto específico registrado para esse tipo de problema no Brasil.
Neste fim de semana, o Senasa da Argentina localizou os insetos na Província de Corrientes. Mas já foram afetadas também as Províncias de Santa Fé, Formosa e Chaco. O órgão argentino realizou ações de controle, conseguindo diminuir a quantidade de insetos. No domingo, dia 28, outra ação estava programada para ser realizada, de modo a combater a praga e reduzir ainda mais o tamanho da nuvem. Um ponto positivo que contribui para a baixa mobilidade dos insetos foi a queda de temperatura na região. No país vizinho, os maiores prejuízos foram em lavouras de milho, mandioca e cana-de-açúcar.
Informações da Agência Goiana de Defesa Agropecuária
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