Emater expande estudos sobre pequi para a Estação Experimental de Porangatu

Pesquisa vai considerar adaptações do fruto quanto às características edafoclimáticas do norte de Goiás

No episódio desta quarta-feira (1º/03) do Campo de Saber, série de webinários da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), o diretor de Pesquisa Agropecuária, João Asmar Júnior, e os pesquisadores dra. Elainy Botelho e dr. Ailton Pereira, da Emater e da Embrapa Cerrados, respectivamente, falaram sobre a implementação do projeto de pesquisa sobre pequi na Estação Experimental de Porangatu.

Há mais de 20 anos, ambas as instituições desenvolvem, em conjunto, essa pesquisa. No ano passado, ela rendeu frutos importantes: foram lançadas seis novas variedades de pequi, sendo três delas sem espinhos. Nas estações experimentais de Goiânia e de Anápolis, há mais de 1.000 pés de pequi e isto faz com que a Emater seja detentora do maior banco de germoplasma da espécie no mundo.

Agora, o projeto está sendo implantado também na Estação Experimental da Emater em Porangatu, onde serão desenvolvidas novas cultivares, considerando as características edafoclimáticas da região, como clima, relevo, temperatura, umidade do ar, tipo de solo, entre outras. A expectativa é que sejam plantados cerca de 500 novos pés de pequi nesta Estação, sendo 191 cultivares sem espinhos e 291 com espinho.

“Uma das razões que nos levaram a implantar o projeto em Porangatu é poder transformar o pequi, ou seja, tirá-lo de uma situação de extrativismo e colocarmos como agricultura, inserindo mais uma fonte de renda para o agricultor familiar. Queremos difundir isso para o norte e nordeste goianos”, explica João Asmar.

Pensando em formas de aumentar a rentabilidade dos produtores, foi realizada a seleção de cerca de 80 clones de pequizeiros que apresentaram altos níveis de produtividade nas estações de Goiânia e Anápolis, para serem plantados na Estação Experimental de Porangatu, sendo 31 desses clones de cultivares sem espinhos.

A pesquisadora da Emater, dra. Elainy Botelho, destacou a importância da pesquisa para as próximas gerações. “Quando você promove o processo de domesticação de uma espécie, isso significa que os riscos de extinção diminuem, uma vez que você passa a dominar técnicas de propagação. Antes do nosso trabalho, não se sabia como fazer mudas de pequi; sempre foi um mistério. Hoje, temos tecnologias para germinar e clonar sementes”, enfatiza.

O dr. Ailton Pereira, pesquisador da Embrapa Cerrados, aproveitou a oportunidade para destacar a importância de se realizar estudos considerando características próprias de cada região. “É muito importante avaliar os diferentes materiais genéticos em diferentes condições de ambientes. Às vezes, uma variedade vai se desenvolver melhor num lugar frio, enquanto outra será melhor num lugar mais quente”, ressalta.

Os estudos em Porangatu permitirão aos pesquisadores estabelecer recomendações mais aperfeiçoadas para a definição de variedades adequadas a cada local em que forem plantadas.

Para saber mais informações sobre a expansão do projeto de pesquisa sobre pequi em Porangatu, assista ao vídeo completo do Campo de Saber:

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