Emater e Embrapa validam produtividade de feijão agroecológico

Objetivo do projeto é difundir práticas agrícolas sustentáveis entre agricultores familiares e apresentar novas alternativas de culturas para diversificação da produção; ensaio mostra que grãos se adaptaram bem ao sistema de cultivo agroecológico | Imagem: Divulgação

Mais uma etapa do experimento com grãos agroecológicos, desenvolvido em parceria pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi realizada na região do município de Anápolis. Desta vez, os resultados obtidos são do segundo plantio de seis cultivares de feijão em propriedade assistida pela Emater nas proximidades do Ribeirão Piancó, uma Área de Proteção Ambiental (APA), que não adotava sistema de produção orgânico antes do projeto.

Nesta fase, as variedades foram plantadas no mês de junho, durante o período de estiagem, adotando-se técnica de irrigação. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater e diretor técnico da Associação de Produtores Agroecológicos de Anápolis e Região (Aproar), Álvaro Gonçalo, os resultados foram bastante satisfatórios. “Ficou comprovado que as cultivares foram mais produtivas na época da seca em relação à época das águas, já que as chuvas podem provocar doenças. O ensaio também mostrou que elas se adaptaram muito bem ao cultivo agroecológico, um ótimo indicativo da eficiência desse sistema”, explica.

Conforme relatório da Embrapa, a variedade Jalo Precoce obteve produtividade média de 3.158 kg/ha; BRS Pitanga, 3.197 kg/ha; BRS Agreste, 3.359 kg/ha; BRSMG Realce, 3.517 kg/ha; BRS FC402, 4.373 kg/ha; e BRS Esteio, 5.283 kg/ha. 

O produtor Sebastião Ferreira Dias, da propriedade na qual foram colhidos esses resultados, conta que o feijão cultivado na chácara era destinado somente para a alimentação de sua própria família. “Minha intenção agora é continuar com o trabalho e aumentar a área de plantio”, diz. Para ele, o grão dispõe de um sabor mais apetitoso daquele obtido a partir de sistemas convencionais, agregando valor a sua produção, destinada majoritariamente para venda em feiras livres da região.

Além dele, foram indicados para o projeto outros três agricultores familiares que já faziam parte da Aproar, portanto praticantes das técnicas orgânicas de cultivo. No entanto, a maioria dos integrantes da associação trabalha prioritariamente com hortaliças. O objetivo do experimento, então, além de difundir as práticas agroecológicas, é apresentar alternativas de culturas para que os agricultores possam diversificar a produção e, assim, obter novas fontes de renda.

O engenheiro da Emater ressalta que o produto agroecológico tem uma ampla aceitação no mercado, podendo ser comercializado em feiras convencionais ou especializadas. Segundo o profissional, é importante divulgar a agricultura orgânica também entre os consumidores, cada vez mais interessados em sustentabilidade e preocupados com a preservação ambiental.

Na agroecologia, um dos focos principais é a utilização eficiente dos recursos naturais. Essa abordagem de produção aplica princípios básicos de ecologia, para desenvolver agroecossistemas com dependência mínima de insumos químicos e energéticos externos. Ainda segundo Álvaro, na iniciativa foram empregadas técnicas preconizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a produção orgânica, como a não utilização de agrotóxicos e a conservação ambiental na área das propriedades. 

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