Emater e Embrapa implantam 39 unidades de multiplicação de capim Capiaçu em Goiás

Objetivo é ampliar acesso a esta variedade de capim, que oferece alimento de melhor qualidade para o gado | Imagem: Francisco Ledo/Embrapa

Com o intuito de ampliar o acesso ao Capiaçu, a Emater (Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estabeleceram uma parceria para a implantação de unidades de multiplicação da variedade em Goiás. O estado já conta com a instalação em 39 propriedades assistidas pela Agência Estadual.

Chamada de BRS Capiaçu, a cultivar foi desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite, em Minas Gerais, e lançada em 2016, com o intuito principal de garantir alimentação de qualidade para o gado. A variedade é um clone de capim-elefante, com alto rendimento para suplementação volumosa na forma de silagem ou picado verde, chegando a até 4,20 metros de altura. Conforme descrito pela instituição de pesquisa, o Capiaçu apresenta maior produção de matéria seca a um menor custo em relação ao milho e a cana-de-açúcar, possuindo ainda boa tolerância aos períodos de seca.

Em Goiás, as unidades de multiplicação começaram a ser instituídas em janeiro e já abrangem sete das 12 regionais da Emater. A regional Rio das Antas conta com 14 unidades; Vale do Paranã, 10; Planalto, 5; Vale do São Patrício, 4; Rio Vermelho, 3; Serra da Mesa, 2; e Rio dos Bois, 1.

 “O técnico da Emater é responsável por identificar no município em que atua um produtor com o perfil para implantar essa unidade na propriedade dele. O profissional faz um plano técnico-operacional para realizar a multiplicação”, explicou o analista de Desenvolvimento Rural, Célio Oliveira. Ainda de acordo com ele, as unidades de multiplicação, diferente das demonstrativas, implicam na certeza de bons resultados, uma vez que a fase de testes do material já foi concluída e sua funcionabilidade é garantida, como no caso do BRS Capiaçu.

Segundo a coordenadora regional Millena Campos, a recepção à iniciativa entre os produtores tem sido bastante positiva. “Tivemos o cuidado de selecionar aquele que é um cliente mais aberto às inovações tecnológicas e que sempre atendem às orientações dadas pelos técnicos”, disse. A Unidade Regional sob seu comando, Serra da Mesa, iniciou as operações em fevereiro e a primeira colheita está prevista para acontecer entre os meses de abril e maio.

O propósito da implantação de unidades de multiplicação é, como o próprio nome sugere, expandir as áreas com o capim Capiaçu. A ideia, de acordo com Célio Oliveira e o engenheiro agrônomo Darcy Gonçalves, um dos coordenadores da ação, é que os produtores possam articular entre si uma espécie de rede de compartilhamento. “O produtor terá em sua propriedade material para ele mesmo fazer uma área maior ou disponibilizar mudas para outros produtores interessados”, explicaram os profissionais.

Orientações

A Embrapa determina algumas medidas básicas para o estabelecimento da cultura da BRS Capiaçu. A primeira delas é a escolha de áreas com solos férteis e com possibilidade de mecanização e irrigação. A capineira, conforme a recomendação, deve ser formada em área que facilite o transporte da forragem colhida, o enchimento dos silos e a realização da adubação. Áreas sujeitas a alagamentos devem ser evitadas, já que o Capiaçu não resiste a solos encharcados.

Outra instrução é o preparo do solo de forma convencional, com arações e gradagens de acordo com as necessidades e condições da área. Deve-se dar atenção especial ao controle de plantas daninhas para não comprometer a longevidade da capineira. Além disso, o plantio deve ser realinhado no início da estação chuvosa, em sulcos de, aproximadamente, 20 a 30 centímetros de profundidade e espaçados entre de 0,80 a 1,20 metro.

Após essa etapa, a primeira adubação deve ser feita quando as plantas atingirem a altura média de 50 centímetros. Atenta-se, ainda, para o fato de que a cultivar é suscetível às cigarrinhas das pastagens. No entanto, com um manejo bem executado, apresenta boa tolerância ao ataque da praga.


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