Uma nova fase da pesquisa com abacaxi Jupi desenvolvida pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), será executada nos próximos dias em propriedades assistidas pelo órgão no interior do estado. Foram disponibilizadas dezenas de mudas da cultivar para unidades locais da instituição, entre elas a do município de Gameleira de Goiás, para que sejam plantadas e para que seu comportamento seja avaliado fora do laboratório.
A pesquisa com cultura de tecido vegetal, coordenada pela cientista da Emater, Maurízia de Fátima Carneiro, consiste na multiplicação de mudas de plantas saudáveis, livres de doenças e pragas. O objetivo é proporcionar maior viabilidade produtiva para os pequenos agricultores. Segundo a pesquisadora, nesta etapa será realizada uma tarefa comparativa, na qual serão cultivadas duas lavouras na mesma propriedade, uma com variedade já utilizada pelo produtor e outra com as mudas trabalhadas nos laboratórios do Centro de Treinamento da Emater.
No caso do abacaxi, o estudo teve início com a colheita de espécies cultivadas por produtores da fruta que recebem assistência técnica da entidade goiana. “Nós as levamos para a Estação Experimental Nativas do Cerrado, plantamos e acompanhamos seu desenvolvimento. Na fase de produção, avaliamos quais eram as plantas com melhores frutos e melhor sabor, levamos as mudas para o laboratório e processamos a multiplicação”, explicou Maurízia.
Ainda de acordo com a especialista, as mudas agora estão retornando à terra para verificar-se se os aspectos genéticos da planta não serão alterados longe dos pequenos recipientes de vidro: “queremos ver se o melhor protocolo no laboratório funciona no campo também”, disse.
A primeira propriedade a receber o experimento será a fazenda do produtor rural Edson Porto. Supervisionado pelo extensionista Carlos Eduardo Mesquita, serão plantadas 200 mudas de abacaxi Jupi e outro talhão com a mesma quantidade de mudas da própria fazenda. Conforme o técnico da Emater, o sistema de cultivo adotado será o já utilizado pelo agricultor e a unidade local da Agência será responsável por acompanhar e coletar os dados durante todo o estágio de desenvolvimento da cultura, do plantio até a colheita dos frutos.
Apesar da auditoria, não haverá interferência no manejo. “Não iremos influenciar em relação à melhoria de solo, adubação e correção. Vamos deixar fazer da forma como eles o fariam, seguindo o padrão deles da agroecologia”, salientou Carlos Eduardo. A intenção é exclusivamente observar o desenvolvimento do fruto.
Abacaxi Jupi
Introduzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Amazônia Ocidental, o abacaxi Jupi, nos experimentos desenvolvidos com a cultivar, tem se sobressaído em relação às demais variedades, destacando-se em termos de desenvolvimento, tolerância a pragas, rendimento, peso e qualidade do fruto. Segundo relatório da Embrapa, o abacaxi Jupi produz frutos grandes e de bom aspecto visual, oferecendo ao produtor uma elevação de 90% do rendimento físico da cultura, ou seja, frutos comercializáveis em relação ao número de plantas por área.
O abacaxizeiro pode ser plantado com mudas produzidas de diversas maneiras. As mais comuns são: coroa, filhote, rebentão, filhote-rebentão e seccionamento do caule. Outros tipos de mudas também podem ser utilizados, tais como mudas produzidas em laboratórios, através da técnica de cultura de tecidos, que configura o caso da pesquisa executada pela Emater.
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