Coordenada pela Emater, produção de bucha vegetal auxilia no tratamento de dependentes químicos em Quirinópolis

Atividade com a esponja, também conhecida como lufa, é a principal entre as práticas agrícolas desenvolvidas no local com o propósito de promover a ressocialização entre os recuperandos

A produção de bucha vegetal tem sido um importante aliado no tratamento de dependentes químicos do Projeto Restaurar, clínica terapêutica em Quirinópolis, município na região Sul de Goiás. A atividade, coordenada pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), é o carro-chefe entre as diversas práticas agrícolas desenvolvidas no local a fim de promover a ressocialização entre os trinta recuperandos assistidos pela iniciativa.

Inaugurada em 2018 pela Prefeitura Municipal da cidade, por meio de um convênio com a Associação Beneficente e Cultural (ABCAD), a clínica é mantida pela Igreja Assembleia de Deus. A parceria com a Emater foi firmada no ano seguinte, quando a agência governamental iniciou a implantação de um projeto para a utilização da área da casa de apoio, que conta com oito hectares, onde também são cultivadas frutas e verduras. Os alimentos são destinados ao consumo dos próprios pacientes e os excedentes são comercializados para o município e doados para famílias carentes.

Com o intuito de melhor aproveitar o espaço agricultável, a equipe da unidade local da Emater concluiu que seria viável a introdução da cultura de bucha vegetal. Segundo o técnico Sérgio Oliveira, a lavoura possui 2.400 pés da planta, que resultam na produção de 1.500 buchas por semana. Os educandos são responsáveis pela colheita e um grupo de mulheres da congregação realiza o processamento da esponja para que seja comercializada. O faturamento obtido é revertido em recursos para a sustentação e continuação do projeto.

A área da clínica conta com 2.400 pés de Luffa cylindrica (nome científico da bucha vegetal)

“O trabalho envolve questões sociais e econômicas. Além de auxiliar no tratamento dos dependentes químicos, a produção de bucha vegetal virou uma importante fonte de renda para manter a clínica. Como eles estão em processo de recuperação, muitos não têm muita qualificação profissional ou formação escolar, então essa é uma alternativa de ocupação”, explicou o técnico da Emater. Ainda de acordo com ele, o escritório local já desenvolveu capacitações e oficinas junto aos pacientes, como o curso de horticultura, cujo primeiro módulo já foi ministrado.

O projeto tem outras culturas implantadas em sua área: são 2.200 pés de abóbora, 1.500 pés de pimenta, 480 pés de alface, 72 pés de limão e cerca de um hectare de mandioca, jiló e quiabo. Também é auto-suficiente em couve, cheiro verde, rúcula e almeirão. O cultivo é acompanhado pela Emater, que oferece o serviço de assistência técnica e presta orientações para os recuperandos.

A intenção, conforme o extensionista Sérgio Oliveira, é ampliar o trabalho com a bucha vegetal para agricultores familiares da região. Já foram selecionados três pequenos produtores assistidos pela Emater, que sob a supervisão do órgão teriam lavouras da planta instaladas em suas propriedades. Assim, as etapas de produção e processamento estariam integradas, uma vez que o propósito é encaminhar toda a matéria-prima para o Projeto Restaurar, onde se tem a expertise de finalização e disponibilização dos produtos ao mercado.

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