Foi lançada nesta segunda-feira (08) a XVI Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico, realizada desde 2005 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O tema da edição deste ano é “Tem alimento saudável perto de você – alimento orgânico, melhor para a vida”, com o objetivo de visibilizar a produção de alimentos orgânicos, fomentando a construção e divulgação das redes de produtores que estão comercializando esse tipo de produto por meio da entrega de cestas em várias cidades durante a pandemia.
Com o produto orgânico em foco, o engenheiro agrônomo da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Álvaro Gonçalo, atenta para a necessidade de valorização e incentivo à produção orgânica no Brasil. “É importante, em vários sentidos, fazer com que as pessoas saibam da existência dos alimentos orgânicos. Tem o aspecto ambiental, pois são produtos inseridos no contexto da agroecologia, e a questão de saúde, já que não utilizam agrotóxicos”, explicou. Segundo ele, existe um mito de que esses alimentos são mais caros que as hortaliças convencionais, mas na verdade são encontrados pelo mesmo preço e oferecem ao consumidor a possibilidade de adquirir um produto com mais qualidade.
Para o especialista, a inclusão da agricultura familiar na agropecuária sustentável é fundamental no processo de estímulo à produção orgânica. A Emater tem sido uma peça indispensável nessa tarefa, levando para o campo alternativas agrossustentáveis e mostrando caminhos mais rentáveis para os pequenos produtores. Um exemplo é a Associação dos Produtores Agroecológicos de Anápolis e Região (Aproar), fundada com o apoio do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana, visando fortalecer a agroecologia na produção rural da cidade.
“Quando nós iniciamos o projeto aqui em Anápolis, a Emater sempre esteve junto. Desde a formação da associação, equipes estiveram na cidade para acompanhar, e são promovidos cursos na área para os produtores, com apoio do escritório local. Sem a parceria entre Emater e Aproar, seria impossível desenvolver esse trabalho”, disse Álvaro. As instituições parceiras realizam semanalmente a Feira Agroecológica de Anápolis (FeAgro), um dos centros expoentes de comercialização de alimentos orgânicos na região.
Em decorrência da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), muitos produtores estão formatando seus modelos de negócio. De acordo com o engenheiro agrônomo, o sistema de entregas marca o surgimento de um novo mercado no meio rural, apesar das dificuldades. Ele cita o caso de um dos agricultores familiares assistidos pela Emater em Gameleira de Goiás, município próximo à cidade anapolina, que tem clientes até mesmo na capital. “Ele está entregando em torno de 30 a 40 cestas por semana”, pontuou.
Campanha
Com programação virtual no canal no YouTube do Mapa, a Campanha anual de promoção do Produto Orgânico contou com uma mesa-redonda nesta manhã com o tema “Requisitos para identificação do produto orgânico – Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos”. Durante o lançamento, a ministra Tereza Cristina destacou a expansão da agricultura orgânica e sua importância econômica.
“É muito importante apoiarmos financeiramente esses empreendedores, pois estaremos garantindo, além de alimento saudável para nossas famílias, geração de renda para produtores de hortifrutigranjeiros que enfrentam com resiliência este momento difícil. E que vão continuar precisando do apoio do governo e da sociedade para se reerguer no período pós-crise”, afirmou a ministra.
A campanha irá promover mais um seminário online nesta terça-feira (09), a partir das 17h, que irá discutir a produção orgânica de aves de corte. A palestra será ministrada pela médica veterinária com mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, Fabíola Fernandes Schwartz.
O que são alimentos orgânicos?
Para ser considerado orgânico, o alimento deve ser cultivado em ambiente que respeite as diretrizes agroecológicas, contemplando o manejo responsável do solo, água e demais recursos naturais. Nesse tipo de sistema, não são utilizados fertilizantes ou outros materiais sintéticos, ou seja, adotam-se métodos naturais de produção, como a adubação verde. No entanto, não diz respeito a apenas técnicas de cultivo, deve-se levar em conta também aspectos econômicos, sociais e culturais da comunidade.
No Brasil, esses alimentos precisam seguir as normas legais em vigor desde 2011. O consumidor pode reconhecer o produto orgânico por meio do selo brasileiro, no caso de compras em lojas e supermercados, ou pela declaração de cadastro do produtor orgânico familiar. O agricultor precisa vender seus produtos diretamente, para que o consumidor possa estabelecer uma relação de confiança.
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