Nesta semana a Ambev movimentou Goiás com o lançamento de uma cerveja exclusiva para o mercado goiano. O rótulo leva a imagem da mágica cachoeira Santa Bárbara, uma das mais belas cachoeiras do Brasil, localizada no território Kalunga de Cavalcante. O nome remete a também icônica Esmeralda, um dos símbolos do nosso Estado. Mas o mais representativo é mesmo o ingrediente do qual ela é feita: fécula de mandioca. Mas não de qualquer mandioca, e sim da mandioca plantada por agricultores familiares da região Nordeste de Goiás, a mais socialmente vulnerável de nossas regiões.
Quando tudo começou, a Ambev anunciou que compraria 45 toneladas da raiz para a produção da cerveja. A Emater então iniciou um mapeamento das famílias de agricultores que já cultivavam a mandioca, mas que enfrentavam dificuldade para comercializar, em razão da pequena produção e da complicada logística de transporte ou armazenamento. Logo o programa foi ampliado e a Ambev anunciou aquisição de 750 toneladas. Agora a promessa já é de compra de três mil toneladas da raiz. Uma vitória para a agricultura familiar goiana.
A parceria que resultou na criação da cerveja exclusivamente goiana é uma das ações do programa O Agro é Social – gerando renda e transformando vidas. Criado no final de 2019, o programa coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Gabinete de Políticas Sociais (GPS), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e, mais recentemente, pela nova Secretaria da Retomada, foi fundamental para a sustentação econômica e social de nossos municípios durante o atípico ano de 2020, com suas dificuldades em razão da crise econômica.
Em janeiro, O Agro é Social repassou 32 tanques-rede e 15 mil alevinos para pequenos produtores de tilápia da Associação de Aquicultores do Parque Aquícola Conquista (AAQUIPAC), de Minaçu, sendo que em outubro o município recebeu R$ 1,8 milhão do Fundo de Fomento à Mineração (Funmineral) para a aquisição de equipamentos e estruturação de frigorífico para abate e beneficiamento da tilápia. Assim, ao longo do ano diversas outras ações priorizaram as famílias rurais goianas em situação de vulnerabilidade social.
Mais de 1800 famílias de assentamentos rurais foram beneficiadas com acesso à internet, por meio de parceria com o Governo Federal. Nove distribuidores de calcário foram entregues para garantir a melhoria da capacidade produtiva da agricultura familiar. Para que os agricultores não tivessem sua fonte de renda interrompida, a Seapa lançou o programa Feira Segura, para adequar a realização das feiras livres ao momento de pandemia. Mais de 60 famílias rurais receberam títulos de domínio de regularização fundiária no Estado. O Governo Estadual lançou o Programa de Aquisição de Alimentos Estadual para garantir a compra de alimentos de mais de 800 produtores e destiná-los a pessoas em situação de insegurança alimentar. Famílias assentadas e acampadas dos lugares mais remotos de Goiás receberam cestas básicas nos momentos mais incertos da pandemia por meio de parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).
Essas e muitas outras ações atestam como O Agro é Social atuou de maneira estratégica para diminuir os impactos da crise para os goianos em situação de maior vulnerabilidade social e também foi fundamental para a retomada econômica de nosso Estado. Tudo isso mostra que, embora seja visto pela população das grandes cidades apenas sob a ótica da prosperidade do agronegócio, o agro é social, o agro é de todos e está no sustento de milhares de famílias e de basicamente todos os nossos municípios e precisa, mais do que nunca, de políticas públicas efetivas e assertivas, como vem acertadamente realizando o Governo de Goiás.
Taynara Borges
Chefe de Comunicação Setorial da Emater – Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária
(Artigo publicado originalmente no jornal Diário da Manhã, em 10 de dezembro de 2020)