Aos 16 anos, Laisa Cristina Teixeira, teve um comprometimento total nos rins e entrou para a fila de transplante. Nessa época, morava com seu pai, Deivid Antônio Teixeira, no Acre. Após o diagnóstico, a família embarcou para Goiânia para buscar tratamento e aguardar por um doador. A única alternativa para Laisa continuar tendo uma vida normal, era receber um rim.
Em casos como este, o primeiro passo é verificar se alguém da família tem compatibilidade para doar um órgão. Deivid, pai da adolescente, não pensou duas vezes. Foi o primeiro a se apresentar para realizar todos os exames para verificar se tinha compatibilidade com a filha. O resultado foi positivo e ele fez a doação de um rim para a filha de imediato. Hoje, Laisa tem 37 anos, casou, se tornou mãe e tem uma vida normal.
Essa é a história da enteada da servidora da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Lenita Dias. Ela fez o relato durante a palestra com o tema “Mitos e verdades sobre o processo de doação de órgãos e tecidos para transplante”, realizada na Agência, para conscientizar os servidores sobre esse ato tão importante e que pode salvar inúmeras vidas.
A palestra foi oferecida pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e ministrada pelo servidor da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), Glauber Rodrigues Assunção. Na ocasião, foram apresentados dados sobre a doação e a realização de transplantes de órgãos no estado, além da desmitificação de alguns mitos e verdades que existem em relação ao tema.
De acordo com o palestrante, as doações de órgãos só ocorrem depois da realização de uma série de processos e protocolos de segurança, o que inclui a constatação de morte encefálica, a autorização da família, a avaliação dos órgãos e a realização de exames de compatibilidade com prováveis receptores.
Mitos e verdades
Para informar os servidores a respeito do processo de doação de órgãos, Glauber Assunção destacou alguns mitos importantes que precisam ser quebrados.
Mito 1 – Pessoas idosas não podem serem doadoras?
Todas as pessoas podem ser consideradas potenciais doadoras, independentemente da idade ou do histórico médico. No momento da captação do órgão, o que influencia é a condição e não a idade do doador.
Mito 2 – É necessário registrar na carteira de identidade se a pessoa é ou não uma doadora de órgão?
Desde 2002, não é necessário registrar na carteira de identidade se a pessoa é ou não uma doadora de órgão. “Não existe nenhum documento que comprove isso. Hoje, quem decide é a família. O corpo é herança da família”, destaca Glauber. Para ser doador, o paciente precisa apenas avisar seus familiares de primeiro ou segundo grau (pai, filho, irmãos, avós, cônjuges). Eles serão responsáveis por assinar o documento autorizando a doação dos órgãos e tecidos.
Mito 3 – A condição financeira do paciente influencia a posição das pessoas na fila de espera?
De acordo com Glauber, a fila é única e é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes e pelas Centrais Estaduais. “O que pode acontecer é uma priorização a depender da gravidade de cada caso”, ressalta.
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