Cultivo da mandioca possui características peculiares na região norte de Goiás

Ivanildo Ramalho expõe os aspectos que influenciam na produção e nas formas de uso da raiz

Em live transmitida nesta quarta-feira (29/6), no canal da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) no Youtube, o coordenador do programa de melhoramento genético de mandioca da Emater, Ivanildo Ramalho, apresentou as características do cultivo da mandioca na região norte de Goiás.

As principais características do cultivo de mandioca dos produtores desta região, tem relação com a comercialização, variedades de manivas adotadas por esses produtores e a ausência de maniva para compra, fatores que interferem tanto na qualidade do cultivo como na economia local.

Segundo Ivanildo, na maior parte das vezes, a comercialização é feita por comércio local. “A gente observa que na região norte a destinação do material obtido em relação a mandioca é feita por meio do consumo in natura, através de cozimento e da fritura. Percebemos que houve uma queda na comercialização dos produtos industrializados à base de mandioca nesta localidade, uma vez que em sua maioria são produções de empresas grandes fora da região norte e até mesmo do Estado”, completa.

Outro fator influente é o baixo rendimento dos produtores gerados pela escolha das variedades adotadas por eles. De acordo com o engenheiro agrônomo, a maioria das variedades são materiais que não são adequados às condições climáticas e do solo deste local. “A região norte possui características peculiares e os produtores que trabalham com a cultura da mandioca aqui, normalmente adquirem manivas de conhecidos e parentes produtores de outras regiões”, complementa.

Além disso, também foi destacado que há uma ausência de manivas para compra, tanto na região norte de Goiás, quanto no Estado como um todo. “Pensando nisso, nós da Emater, estamos em diálogo para um possível convênio entre a Embrapa Cerrados e a Ambev, para produzir mandioca e disponibilizá-la para esses produtores, para aumentar a quantidade de materiais de elite para eles”, reitera.

Na live também foram comentadas outras características que influenciam o cultivo da mandioca no norte de Goiás, como a idade das plantas, o armazenamento de manivas, o manejo do solo, entre outros.

Usos da mandioca

De acordo com Ivanildo Ramalho, existem dois tipos de mandioca: a mandioca brava, aquela que é utilizada na indústria para a obtenção de polvilho, da farinha da mandioca, entre outros; e também a mandioca mansa, aquela que é utilizada no nosso consumo do dia a dia.

“Da fécula (amido) da mandioca, podemos obter outros produtos, como por exemplo, papel, álcool e fermento químico. Através da transformação química desse amido, obtém-se também subprodutos como o papelão, a vitamina C e o plástico biodegradável”, informa.

A mandioca também é utilizada na alimentação animal, por meio de suas folhas e suas raízes e uma vez utilizando-se de uma variedade de indústria, o material [folha ou raiz] precisa passar por um processamento. “Normalmente, o tratamento feito é a trituração da raiz e das folhas antes de passar esses produtos para os animais”, alega Ivanildo.

Confira a palestra na íntegra:

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